Mulheres recebem quase 20% menos que homens nas maiores empresas do Brasil, diz relatório do governo

Antomines Adyarus
Por Antomines Adyarus
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Mulheres negras recebem a renda mais desigual, além de estarem em menor número no mercado de trabalho. A remuneração média é 68% da média nacional.

O Ministério do Trabalho concluiu que as mulheres recebem salários quase 20% menores que os homens nas maiores empresas do Brasil.

O relatório reúne informações de quase 50 mil empresas com 100 ou mais empregados. Um total de 17 milhões de trabalhadores com carteira assinada. As empresas são obrigadas a enviar os dados para o Ministério do Trabalho e Emprego – exigência da Lei de Igualdade Salarial para homens e mulheres na mesma função, em vigor desde julho de 2023.

O relatório revela que, em média, a diferença entre o salário dos homens e o das mulheres chega a quase 20%. Nos cargos de direção e gerência, por exemplo, a diferença sobe para 25%.

Mulheres negras recebem a renda mais desigual, além de estarem em menor número no mercado de trabalho. A remuneração média é 68% da média nacional. Em seguida, estão os homens negros. Depois, as mulheres brancas e os homens brancos.

De acordo com o relatório, apenas metade das empresas adota planos de salário e de carreira. Grande parte dos empregadores tem critérios para remuneração como proatividade, metas de produção e disponibilidade.

Mas, segundo o levantamento, são critérios atingidos mais por homens do que mulheres, que, em geral, interrompem o trabalho na licença maternidade e nos cuidados com os filhos. No evento de lançamento do relatório, autoridades ressaltaram a necessidade de melhorar o cenário.

“Nós não podemos admitir que nós tenhamos que viver mais 300 anos lutando, falando e brigando para ter as mesmas condições que os homens. A igualdade salarial é o básico e aqui eu quero dizer para vocês: é um grande número das mulheres que estão na base da pirâmide, são mulheres solos, que ganham menos. Faz diferença R$ 190 ou R$ 200 na vida dessa mãe. A igualdade faz parte de um processo civilizatório”, diz Cida Gonçalves, ministra das Mulheres.

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