Goldman Sachs indica venda de estatais e compra de empresas privadas no Brasil

Antomines Adyarus
Por Antomines Adyarus
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O banco de investimentos Goldman Sachs recomenda a venda de ações de estatais brasileiras e a compra de empresas privadas, que devem ser mais beneficiadas pelo atual ciclo de corte de juros — como já foi visto anteriormente.

Em relatório publicado nesta segunda-feira (25), os analistas da instituição norte-americana também destacam os riscos políticos após os recentes movimentos envolvendo a Petrobras.

A empresa estatal, que tem a União como acionista majoritário, decidiu recentemente não pagar dividendos extras aos acionistas. Outros eventos, como a tentativa de emplacar Mantega como CEO da Vale e um fundo envolvendo o querosene para as aéreas, também geraram estresses no mercado.

“Tais eventos normalmente levaram a um prêmio de risco mais elevado para os ativos brasileiros”, escreveram os analistas Jolene Zhong, Nathan Fabius e Caesar Maasry.

A análise do Goldman Sachs considera Petrobras, Banco do Brasil, Sabesp e Cemig. De acordo com os analistas, os papéis representam cerca de 21% do MSCI Brasil – índice com pouco menos de 50 empresas do mercado doméstico.

Os analistas apontam que as estatais brasileiras performaram melhor que os pares privados desde a pandemia da Covid-19, em 2020, em um cenário de alta dos juros.

Agora, a perspectiva oposta — sobretudo com a expectativa de início do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) no segundo trimestre – “representa riscos negativos para o desempenho das empresas públicas”.

O banco de investimento reconhece que a Petrobras está forte pela desalavancagem e aumento da lucratividade e fluxo de caixa. Dito isso, os analistas destacam que a despesa de capital (capex) e “potenciais alterações na qualidade da governança” poderão afetar os níveis de endividamentos futuros da companhia.

O banco de investimentos ressalta que as empresas estatais brasileiras negociam com uma avaliação historicamente alta em comparação com suas equivalentes privadas. Mas, não por muito tempo, já que elas tendem a negociar positivamente com taxas de juros mais altas — que não é o caso.

Nessa medida, o Goldman Sachs recomenda uma operação que tenha como meta um ganho de 28% e um “stop” de -14%, em meio a sinais de intervenção e múltiplos mais altos.

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