Micro e pequenas empresas puxaram procura, com alta de 15,3%
A procura de crédito pelas empresas aumentou em 15,1% no mês de abril em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a Serasa Experian.
O Indicador de Demanda das Empresas por Crédito aponta que em março a procura caiu 2,4%.
A alta foi puxada principalmente pela demanda das micro e pequenas empresas, que subiu 15,3% na comparação anual. Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o movimento pode estar relacionado com medidas de apoio anunciadas pelo governo.
“No mês de abril, voltamos a presenciar alta na busca por crédito por parte das companhias, principalmente pelas micro e pequenas, que se sentiram mais entusiasmadas com o cenário após o anúncio das medidas do Desenrola Pequenos Negócios”, avalia Rabi.
O governo federal lançou em abril o programa de renegociação de dívidas voltado para microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte.
De acordo com o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, a expectativa é que o programa atenda até 5 milhões de empresas, com descontos de dívidas que podem variar de 40% a 90%.
Ao diminuir o peso de dívidas antigas no caixa das empresas, o programa restaura a capacidade dessas empresas de buscar novos créditos e investimentos, o que segundo avaliação de André Colares, CEO da Smart House Investments, é essencial para a expansão e sustentabilidade dos negócios.
“Uma vez que o histórico de inadimplência for corrigido, essas empresas podem acessar novas linhas de crédito com melhores taxas de juros, aumentando sua capacidade de investir em expansão, inovação e melhorias”, afirma Colares.
“A participação do Fundo Garantidor de Operações como garantia adiciona uma camada de segurança para os credores, o que pode resultar em maior disposição para emprestar a essas empresas”, conclui.
O programa terá uma plataforma de renegociação e terá como garantia o Fundo Garantidor de Operações (FGO). Na prática, o FGO assegura o pagamento das dívidas dos credores, ainda que as parcelas negociadas não sejam quitadas.
Na ocasião, o governo também anunciou medidas de estímulo ao crédito voltado para os pequenos negócios administrados por pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico).
Desde o dia 13 de maio, os bancos já oferecem o serviço. O atendimento é voltado para empresas que faturem até R$ 4,8 milhões anuais, com dívidas não pagas até 23 de janeiro de 2024.
Para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, o programa pode ter um impacto positivo no mercado, do micro ao macro.
“O crescimento das pequenas empresas contribui para a diversificação do mercado, oferecendo uma gama mais ampla de produtos e serviços. Isso beneficia os consumidores e promove um ambiente de negócios mais dinâmico”, aponta Eyng.
“Ao terem acesso a crédito, podem investir em crescimento, inovação e melhoria de processos, o que estimula a economia local e nacional.”